25 de janeiro de 2013

Semana de Moda de Paris: de olho no street style

Nesses últimos dias que se passaram ocorreu a Semana de Moda de Paris, marcada por dias frios e pelos incríveis desfiles nas passarelas. Claro que todos as apresentações oficiais foram dignas de cobertura por todos os sites das revistas de moda. Não era de se esperar diferente. Mas, mostrando sua imensa capacidade de persuasão, a rua foi pauta certeira nas versões brasileiras da Vogue e Harper's Bazaar.
Foto: Ana Clara Garmendia
Que o street style é alucinantemente bem aproveitado pela internet é fato. Ver que é possível usar aquela roupa absolutamente esquisita e ficar uma belezura, já que fica lindo na Miroslava Duma, é sensacional. O caso é que a questão é maior que só a usabilidade de uma peça cheia de referências trendy nas ruas. Dá pra gente produzir algum raciocínio com isso!

A conversa entre a rua (a cidade) e a moda acontece há muitos e muitos anos. A cidade, como a conhecemos hoje é fruto da Modernidade. Quando as pessoas — lá do final do século XVII — perceberam que, ao estar na cidade, era preciso dividir o espaço com estranhos e parecer ser aquilo que você realmente era (ou, pelo contrário, parecer ser o quem você queria que pensassem quem você era), a preocupação com as roupas adequadas a cada mensagem que se pretendia passar foi sendo maior.

A cidade era — e certamente ainda o é — um verdadeiro teatro. Ter uma reputação é ser conhecido, reconhecido e singularizado. E é possível conseguir esses objetivos com a roupa. Intensificar os contrastes entre quem era da "boa sociedade" e quem era só um plebeu menos abastado, era preciso. Por essa razão, a rua acabou sendo uma verdadeira vitrine daquilo que se estava na moda. Claro, ainda não como uma apresentação de tendências, mas com uma imensa capacidade de influenciar a moda, dependendo de quem fosse fotografado. Já nas primeiras revistas de moda em que foram publicadas fotos era possível ver os disparos de street style, que eram chamados de "instantâneos".

A evolução da moda de rua foi tamanha que, em certo momento, mesmo os criadores da alta-costura, aqueles que estavam acostumados a ditar as tendências do que seria usado nas ruas, viram a necessidade de observar o street style para se diferenciar. Karl Lagerfeld foi um dos primeiros a introduzir o jeans em uma coleção de alta-costura, segundo Guilhaume Erner. Para Dior, John Galiano misturou um modelo com saias ultravolumosas sobreposto por um casaco com zíper, inspirado nas ruas.

Acontece que as personagens das ruas — principalmente essa infinidade de blogueiras e editoras de moda que são clicadas nos sites de street style — usam, exatamente, as peças do prêt-à-porter nascidas, também, a partir da alta-costura. Afinal, quem está influenciando quem?

Fato é que as revistas de moda sabem o poder que tem as ruas e usam o street style para chamar seu público. E são muito felizes com as publicações!

Links relacionados
Na Vogue: Streetstyle: os melhores casacos da semana de couture em Paris
Na Bazaar: Alta-costura: o melhor do streetstyle da semana de moda de Paris

24 de janeiro de 2013

Vogue Brasil de fevereiro tem quatro capas diferentes

E agora? Como é que a gente faz? A Vogue Brasil resolveu fazer uma edição diferente em fevereiro. Contratou Anna Dello Russo — a editora da Vogue Japão que se veste absolutamente trendy e exagerada — e o fotógrafo Giampaolo Sgura para trabalhar em todos os editoriais. O resultado? As editoras da Vogue Brasil ficaram tão divididas entre qual dos "Pontos de Vista" é o mais interessante que resolveram editar quatro capas diferentes! A promessa é de sucesso!
Magdalena Frackowiak e Izabel Goulart (Foto: Vogue Brasil)
Mirte Maas e Bette Franke  (Foto: Vogue Brasil)
Magdalena Frackowiak, Izabel Goulart, Mirte Maas e Bette Franke estrelam as capas. Tudo muito exagerado, como manda a estética de Anna. As revistas já estão nas bancas.

Visualmente, as propostas das capas são bem diferentes. Nem sei se cabe entrar na discussão sobre cada uma delas. Seria muita descrição para abarcar tanta visualidade já exposta.

Mas ainda podemos considerar algumas análises. Todas as capas têm as mesmas chamadas. Uma, a maior, celebrando o dedo de Anna Dello Russo na edição; outra, dizendo que a issue é especial por causa do Giampaolo Sgura; e a terceira, propondo uma atualização de moda e apontando tendências vindas de David Bowie, Kurt Cobain e YSL — ou o grunge e o boho, nas outras variações. A chamada Fashion Update faz lembrar a chamada principal da Vogue de setembro de 2012, para o editorial com Carol Trentini que mostrou os melhores looks do verão brasileiro e do inverno no hemisfério norte. Ou seja: podemos esperar alguma matéria com o "entra e sai" do guarda-roupa.

Interessante é notar como a Vogue conversa com um público que entende de moda. Só esse público interessa à Vogue. O leitor que vê o nome Anna Dello Russo, olha as fotos e pensa: "Só podia ser ela".

Agora é esperar a revista chegar aqui em casa. Qual capa vem para os assinantes? Eu adoraria que fosse a da Magdalena Frackowiak! Gostei demais!

Link relacionado
Na Vogue: As quatro capas da Vogue Brasil para fevereiro, assinadas por Giampaolo Sgura

14 de janeiro de 2013

Enquete da Glamour parece ter sido alvo de trolls

O site da Glamour Brasil lançou no último dia 10 de janeiro uma enquete para escolher qual de suas dez primeiras capas — desde que deixou de ser Criativa a passou a chamar Glamour — é a preferida do público. Corri e votei na capa da edição número cinco, com Sabrina Sato, porque considero a mais bonita. Inclusive, escrevi sobre essa capa aqui no blog.
Imagens: Divulgação
Para minha surpresa, a capa de Sabrina Sato tem (até as 19h14 desta segunda-feira, 14 de janeiro) 279 votos, enquanto a capa que lidera a votação, com Débora Falabella na segunda edição, tem 10.521 votos!!!  DEZ MIL QUINHENTOS E VINTE E UM??? Espera lá! Coisa esquisita isso, né? A segunda colocada, a terceira edição com Cláudia Abreu na capa tem 4.153 votos. Todas as outras capas tem votações que não passam da casa dos 200, sendo a mais votada — adivinhe! — a capa da Sabrina Sato.
Imagem: Reprodução
Só eu acho esquisita essa votação? Deixa eu só colocar umas coisinhas antes de duvidar do resultado. A Vogue Brasil também promoveu uma votação semelhante, no final do ano passado (durante dez dias), para saber quem capa de 2012 era a preferida do público. A enquete da Vogue indicou a edição de fevereiro, com Adriana Lima na capa. A enquete INTEIRA rendeu 2.500 votos. DOIS MIL E QUINHENTOS e mais nada. A capa vencedora teve 25% dos votos aproximadamente: cerca de 625 cliques. É um número bem discrepante do apresentado pela Glamour (que conseguiu mais de 10.500 votos em cinco dias!!!).

Mas claro, a Glamour é uma revista muito mais popular que a Vogue... Engano seu! A Glamour Brasil tem exatas dez edições publicadas em território nacional. A Vogue está conosco há quase 38 anos. Além disso, a Vogue tem 192.372 fãs no Facebook, contra 73.282 da Glamour.

Glamour, querida. Dá um jeito de rever essa enquete aí! A publicação está sendo alvo de trolls. Fica a dica!

Links relacionados
Na Glamour: Glamour Brasil: vote na sua capa preferida!
Na Vogue: E a melhor capa da Vogue Brasil em 2012 é...