22 de março de 2013

Vogue Brasil de março celebra a volta dos anos 1990

Escrevi, recentemente, um post no blog do CES (agora sou professor do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora) e transcrevo abaixo. Ficou bem bacaninha, eu acho. É sobre a Vogue e sua aposta nos anos 1990. Divirta-se!

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A capa repleta de informações (abaixo) pode até não deixar muito claro, mas a mensagem primordial da edição de março de 2013 Vogue Brasil é a celebração à volta dos anos 1990. Basta folhear as primeiras páginas de conteúdo jornalístico para perceber que a vibe é acreditar no que foi moda há 20 anos. O decorativismo das temporadas passadas perde a força de vez, sendo substituído por uma experiência visual mais limpa. Tudo para indicar a volta de um minimalismo próprio da década de 1990.
Imagem: Reprodução/Vogue Brasil
O cinza — em seus muito mais de 50 tons — foi eleito o “neutro da vez”. O smoking — mesmo que desconstruído — é apelidado de “coqueluche” e toma seu lugar em produções noturnas. As t-shirts perdem estampas e bordados e deixam de ser usadas com aquela saia mais fofa. Agora, a peça é feita de materiais sofisticados e esculpida sob os preceitos da alfaiataria.

A revista aposta num minimalismo sexy, inspirado na cruzada de pernas de Sharon Stone em Instinto Selvagem. Tons neutros e cortes estratégicos foram clicados por J.R. Duran no editorial Invasão de privacidade. De novo com o mood do trabalho dos alfaiates.
Imagem: Reprodução/Vogue Brasil
Se mesmo diante de tamanho bombardeio de neutralidade ainda houver espaço para alguma profusão de estampas e sobreposições improváveis — como os mixes de padrões muito desfilados por Miroslava Duma e suas coleguinhas blogueiras russas —, a resposta está nos anos 1990: o crash printing agora é grunge. E a inspiração, por razões óbvias, a inconfundível moda lançada por Kurt Cobain à frente do Nirvana. O editorial Puro Nirvana fala por si.
Imagem: Reprodução/Vogue Brasil
A coluna de arte indica a exposição NYC 1993: Experimental Jet Set, Trash and No Star, cujo principal tema é o ano de 1993. O texto de Nô Mello ajuda a entender porque a década está de volta e com tudo: “Em geral é esse o espaço de tempo necessário para que a distância provoque alguma nostalgia.” Pode até não ser cientificamente provado — ou talvez seja —, mas na primeira década dos anos 2000, estávamos todos loucos pelos anos 1980.

Já que tudo indica, é bom dar as boas vindas aos anos 1990.

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